segunda-feira, 3 de março de 2008

Viajandoooo oho o-o



Sexo, gastronomia e música de qualidade, A Profaníssima Trindade. Não há lugar melhor para compartilhar minhas experiências literárias ao redor de uma das pessoas mais profanas que viveram até hoje nesse mundo, Henry Miller. Foi sempre no litoral que me afundei de cabeça e alma nos Trópicos. Dessa vez em Santa Catarina, curtindo o que o Brasil tem de melhor: praias paradisíacas, corpos esculturais e cerveja gelada. Quando o sol brilhava, curti areias claras e belas paisagens como a de Taquaras e Estaleirinho, além de um mar refrescante e revigorante. Mas é na calada da noite, no ápice da madrugada, no turno da lua brilhar quando percebo que no Brasil não há Champ Élysées, casas com piano em bairros ordinários, bandoleiros improvisando nas esquinas ou mesmo os bailes da Broadway. É nesse momento que sinto que preciso mergulhar agora em outro mar. Um oceano de palavras escritas com carne, sangue e paixão. Quando todos os corpos desmaiam embriagados de sono e eu sou a única alma realmente viva na escuridão, mergulho sem hesitar, como o mais viril dos homens adentrando um harém repleto de virgens sedentas. São inúmeros os orgasmos espirituais, não quero mais sair. Vou até o esgotamento total do corpo, já é dia e adormeço. Do fundo do oceano de palavras, volto com a força de um tubarão que persegue sua vítima com tanto vigor que salta para fora da superfície deslumbrando um mundo totalmente novo e iluminado. Só Miller pode proporcionar essa vitalidade.