sábado, 21 de julho de 2007

O primeiro texto inspirado.



E foi assim, enquanto lia os últimos e devastadores capítulos de "A menina que roubava livros" que ela começou a chorar, silenciosamente, enxugava as lágrimas do rosto enquanto tentava esconder tal ação com o livro erguido a altura dos olhos. Chegou a indagar se chorava por que amolecera seu coração com o passar dos anos ou se eram os tais hormônios que tanto lhe atrapalhavam a vida.
Numa tarde tristonha e rapidamente nublada de sábado, sozinha na cama, que ela se viu num estado desconhecido e depois de tantas lágrimas derramadas, na sua concepção a palavra choro era muito dramática, ela sentiu-se aliviada. Sorriu sozinha, enquanto contemplava o seu mais novo trunfo de ter terminado o livro. Teve um gostinho bem gostoso, se assim pode se dizer, de ser um pouquinho parecida com a protagonista.
Depois se lembrou que também teve um amigo querido que fora embora, talvez não o amasse da maneira que Liesel Meninger amou a Rudy Steiner, no seu pensamento era uma amizade sincera que devia durar mais do que dois anos. Mas não fique aflito, ele apenas mudou de cidade, mas ela nem ao menos tiver a chance de dar um abraço apertado no seu amigo que tanto amava e odiava.
No final de tudo, sentiu-se inspirada em ser um pouquinho como Liesel e resolveu escrever tudo aquilo estava flutuando no seu coração.

Fim.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Eu não sou moderna!








Fiquem tranquilos: o título é mesmo do post anterior. mas eu não vou falar de iPod agora não. Isso é sobre aquele nosso amigo fã de Klaxons , allstar branco de cano e alto e que usa camiseta do Babyshambles. Sim, eu vim falar agora que eu não sou mudéérrrrna. E como mudéérrrna podem entender a menina da foto aí em cima, cujo nome não preciso saber mas todos vocês sabem que a dita cuja é a musa da modernice babacóide de São Paulo, Rio e afins .Digo isso porque um dia ir à Funhouse era legal. Eu juro, eu juro que era! Antigamente ir ao clubs ditos "alternativos" de São Paulo significava ouvir uma música boa, como Iggy Pop e derivados , e conhecer gente legal de diferentes estilos. [insira muita ênfase em "diferentes estilos"] Porque hoje em dia isso é passado. Se você , paulistano querido, descer a Rua Augusta em direção ao centro numa noite de sábado, você vai pensar que você está num filme do Star Wars. O ataque dos clones é ofensivo. Uma multidão composta por jovens de cabelo cortado à la hospital psiquiátrico, all star cano longo ou nike retrô 80's, calça skinny, tee shirt tamanho G com estampa de banda "muitoindiemeu" ou grafismo street, e lógico, como não poderia faltar, a mesma cara de idiota blasé de sempre.


Gostaria de deixar claro que eu não sou contra pessoas de all star, cabelo zuado ou muito menos camisetas de bandas. Eu só acho freak as tribinhos modernetes paulistanas , porque eles se comportam numa taxa metabólica e simpática abaixo da média.


Porque agora tá meio chato sair pra esses lugares. Eu continuo indo, de vez em quando rola um show e um DJ muito bom, mas com amigos selecionados. Fim da utopia de achar gente interessante nesses lugares. Todos eles pegam sua cerveja e se jogam na parede com uma cara tão de "quero ser desesperadamente um indie rocker entediado" que dá pena.Porque na verdade eu nunca entendi muito bem essa de seguir rótulos. Digo isso porque eu acho engraçado que eu até gosto de algumas coisas que os muderrrrnos gostam, como punk rock 77, electroclash, e algumas bandas meio do fundo do poço. Mas isso é um mero gosto musical, e nunca me fez tosar o cabelo na navalha e usar camiseta do YeahYeahYeahs. Mas me parece que com essas pessoas o efeito é esse. O raciocínio na mente insana deles deve funcionar da seguinte forma: "eu gosto de uma banda besta que apareceu no mySpace : logo eu sou indie : logo eu devo sim, me vestir como um mané robotizado que segue a laia LOVEFOXXX do cabelotosado-allstar-cara de criança debilóide. Ah, bom lembrar, fazer pose de criança debilóide em todas as fotos é essencial.É, eu não sou mudéérrna. Portanto na última vez que eu fui ao Inferno Club, lá na famigerada Augusta, eu me senti bem ET de peep toe preto, calça preta e camisa básica cor-de-rosa. E não é que eu gostei? Galáxia muderrrnete, vocês podem estar cansados de ser sexy, mas vocês não me abduzirão! rararáá!

Cadê Deus?


Eu nunca critiquei as pessoas que acreditam em Deus, ou em alguma força maior.

Eu só gostaria de fazer uma pergunta, uma única, neste momento:

Cadê Deus, que não impediu a tragédia do vôo 3054?




Momento reflexão:

Quantas pessoas mortas, Deus?

Quantas famílias com uma dor sem tamanho?

Pessoas brilhantes a bordo daquele vôo.

Onde você estava, Deus?

Do i make you horny, baby?



'I believe in miracles
Where you from you sexy thing
I believe in miracles
Since you came along you sexy thing

Where did you come from, baby
How did ya' know I needed you
How did ya' know I needed you so badly
How did ya' know I'd give my heart gladly
Yesterday, I was one of a lonely people
Now you're lying close to me
Making love to me

I believe in miracles
Where you from you sexy thing
I believe in miracles
Since you came along you sexy thing

Where did you come from, angel
How did ya' know that I'd be the one
Did you know you're everything I've prayed for
Did you know evey night and day for
Every day needing love and satisfaction
Now you're lying next to me, giving it to me...'


É sexta-feira!
Woo Hoo!
Todo mundo perdendo o nível agora!
Me lembrei de uma amiga que, certa vez, comentou que nem era primavera ainda e as pessoas já estavam 'animadas' demais pro seu gosto. Ela comentou isso durante a semana e no fim de semana constatei que o que ela falou era verdade. Todo mundo muuuiitooo animado naquele fim de semana. Só faltou cantada do tipo: 'Bonito sapato... quer trepar?'.

Não é primavera ainda mas quem se importa?
Se joguem!

'...Kiss me, you sexy thing
Touch me, baby, you sexy thing
I love the way you touch me, darlin'
You sexy thing, it's extasy
Yesterday, I was one of a lonely people
Now you're lying close to me
Givin' it to me

I believe in miracles
Where you from you sexy thing
I believe in miracles
Since you came along, you sexy thing

Touch me
Kiss me, darlin'
I love the way you hold me, baby
It's extasy, It's extasy
Kiss me, baby
I love the way you kiss me, darlin'
Love the way you hold me
Keep on lovin' me, darlin'
Keep on lovin' be, baby'


P.S.: FELIZ DIA DO AMIGO PRA VOCÊ TAMBÉM!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Gosto de Morte



Está claro e morno. Apesar das lajotas alvas e da escuridão que nos cerca por todos os lados, tudo parece confortavelmente iluminado e aquecido. Meus semelhantes brincam descontraídos, saltitando pelas grandes placas brancas, despreocupados com o abismo negro sobre o qual elas flutuam. Música e risos preenchem o ar. Estávamos felizes.

Estávamos.

Frio. Tremor. Sou eu ou o chão? Não há chão. Também não há calor, luz, música ou semelhantes. Somente eu, o abismo e a figura escarlate que se eleva. Não posso ver seus olhos, mas sinto-os perfurando minha alma com a acusação: "Ele está morto, e você é o responsável.”

O gosto e cheiro característico entorpecem meus sentidos. Angustia. As milhares de agulhas invisíveis penetrando meu corpo marcam o reinício do ciclo.

A maioria passa pela experiência uma única vez. Eu não tenho tanta sorte.
Nota: Texto baseado em experiências reais do autor

da série: as aventuras de uma dona-de-casa.




essa foto resume muito bem o que é ter filhos em casa nas férias.

*surta*

De onde vem nosso gosto musical?



Outro dia estava eu, chegando na faculdade ouvindo Kelly Clarkson no MP3 e cantando: "Because of you I'll never stay too far from de sidewalk, because of you I learned to play on the safe side so I don't get hurt." Quando acontece o seguinte diálogo.

Gustavo: Puta que pariu Lara, que isso? VOCÊ cantando Kelly Clarkson?
Lara: Pois é migully, fui atingida pelo péssimo gosto musical. Eu sei que é ruim, mas não posso negar que é ótimo cantar essa música berrando por aí...
Gustavo: Te entendo. É aquele negócio. Toca tanto em todos os lugares que no final a gente acaba gostando...

Antigamente eu não era atingida pelo péssimo gosto musical. Rejeitava tudo que fosse diferente daquilo que era considerado bom por mim mesma, mas de um tempo pra cá isso tem mudado. Acho que a pressão de gostar sempre de coisas boas não me atinge mais, então canto mesmo Kelly Clarkson na rua. E acho a Lindsay Lohan linda! O Justin Timberlake é um colírio para meus olhos e a música e o clipe de Sexy Back me fazem ter calafrios.

Mas pensemos, de onde vêm o nosso gosto musical? Será uma herança de nossa família? Será que somos influenciados pelo nossos amigos? Ou será que é tudo responsabilidade nossa mesmo?

Analisemos a primeira hipótese:
Meus pais tem um gosto musical acima da média. Meu pai morou na Inglaterra e é apaixonado por Beatles até hoje. Minha mãe foi no show dos Rolling Stones no Hollywood Rock em 1994. Me lembro de quando nós viajávamos na minha infância e tocava Rita Lee e Cassia Eller no carro, e eu pequenininha cantarolava "Sou fera, sou bicho sou anjo e sou mulher". Me lembro também do meu pai e eu deitados na sala de casa ouvindo Tears for fears, uma música que não me lembro o nome, mas até hoje faz eu lembrar do meu pai. O CD Nevermind do Nirvana que tem aqui em casa é da minha mãe, e ele foi a porta aberta para o mundo do rock na minha vida.
Ok, eu tenho bons exemplos em casa, por sorte cresci ouvindo música boa (pulando aquela fase em que todo mundo ouvia É o tchan, Hanson e Backstreet boys). Talvez seja por esses exemplos que eu tenho um gosto musical bem bom.

Analisemos a segunda hipótese:
A maioria dos meus amigos gosta de músicas ruins. Minha amigas do colégio são frequentadoras de micaretas. Meus amigos da vida gostam de musica de night (estou generalizando, tem alguns que tem bom gosto musical). Ok, não é dance nem trance, das MINHAS nights, o que é bem melhor, mas mesmo assim pode ser devastador quando a night frequentada é a Ultra Love Cats, festa que toca de tudo, de Miss Kittin à Água da Sheila Mello.
Não, acho que esse não é o meu caso.

Analisemos a terceira hipótese:
Quando eu comecei a frequentar o mundo da internet o que eu mais gostava de fazer era entrar nos sites das minhas bandas preferidas e procurar musica na internet. No auge de 2003, época do Message Board do site dos Strokes e de onde esse blog nasceu (resumindo toda uma longa história é claro) eu procurava por tudo quanto era banda. Das antigas como The Stooges até as mais moderninhas e novas como o The Hives (que eu não gosto não). Passava as tardes e noites ouvindo música, na internet catando bandas novas e as bandas que influenciavam as bandas que eu gostava. Daí surgiu minha paixão por Iggy Pop e David Bowie. Nessa época voltei a ouvir Rolling Stones e comecei a ter vergonha do meu passado negro de paixonite pelo Charlie Brown Jr. Mas todo mundo tem um passado negro e eu também tenho direito de ter o meu.

Mas e agora? De onde vem essa influência do mau gosto?
Acho que na real todas as hipóteses acima são verdadeiras. Tudo influencia no nosso gosto musical. Aliás, não só musical, como no nosso gosto por qualquer coisa. Todas as hipóteses acima misturadas fazem você ter o seu gosto musical. Porque se fosse só influência dos pais eu teria o mesmo gosto musical dos meus irmãos, e NÃO, um deles gosta de Angra e o outro gosta de Kelly Clarkson. Se fosse só influência dos amigos todos nós teríamos o mesmo gosto musical. Mas o que mais influencia somos nós mesmos. Tem gente que gosta de gostar de coisa ruim, e acha aquilo a melhor coisa do mundo.

Ainda bem que temos gostos diferentes e que somos influenciados por diversos meios. O que seria do amarelo se todos gostassem do azul, não é mesmo minha gente?






Sobre Of Montreal

Eu poderia ficar aqui, durante três páginas ou mais, convencendo vocês a escutarem mais de uma música do Of Montreal, falar sobre as influências deles (que inclui Mutantes e much more...) a qualidade musical e a riqueza das letras de cada álbum da já mui longa carreira. Mas eu não quero parecer uma fã histérica, e muito menos ser chamada de mod, indie ou qualquer uma dessas coisas com as quais as outras pessoas andam chamando as outras, principalmente quando se gosta de bandas desse tipo. Então como tentativa eu simplesmente vou fornecer-lhes uma fotografia, uma música e a letra da música. Saquem a genialidade de Kevin Barnes. Depois vamos todos fingir que não existimos e que estamos na Antártica.



"Bunny, ain't no Kind of Rider*"

Avistei ela, uma menina beijando meninas
(que choque)
eu disse: "ela deve ser artista..."

Ela murmurou uma resposta,
eu estava julgando a amiga dela
enquanto o DJ retocava o pó:
Ninguém queria dançar,
eles estão lá fora,
fumando cigarros.

Milky estava lá.
Sim, ele me aquela secada, dizendo: "experimentar não mata"...
... aí luzes azuis por todos os lados!

- "Eva, me desculpa...
mas você nunca vai me ter.
Para mim, você é apenas uma bichinha,
e eu preciso de uma amante com poder na alma
e você tem poder de alma nenhum..."

Você não tem poder na alma...
Você não tem alma.

Ela me levou lá pra fora
até a igreja com um impulso.
Lá estava eu, seu confidente.
O "- Vem aqui!" dela me deixou vermelho,
era a paixão daquela noite,
até que eu gritei:

- "Pára! Ei,
você deve ter medo, eu não estou sozinho,
eu tenho uma tigresa lá em casa,
e além disso,
você não saberia o que fazer comigo..."

outra música: "You Are An Airplane": http://download.yousendit.com/7861656B17546618

*"Bunny, Ain't No Kind of Rider" é do disco "Hissing Fauna: Are You The Distroyer?", lançado no início deste ano.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Nunca fique de férias sem um bom planejamento de diversão.



Diversão planejada sim! Quer uma prova de que férias sem nada absolutamente programado pode ser um caminho para o tédio profundo somado à mudanças bruscas de humor e irritação fácil? Olhe para mim. Estou com 11 dias de férias e sou uma bomba ambulante, para piorar, se o calendário diz “inverno” não é pedir demais eu ficar esperando uma temperatura mais amena aqui em cima né? Não entendo como fica tão difícil ter apenas algumas coisas nas férias como, diversão. Nem dinheiro tô pedindo! Agora é nessas horas que amigos de verdade deviam aparecer. Se eles não estivessem tão ocupados ou esperando você ligar, mas isso já é uma brecha para eu começar a desabafar sobre problemas pessoais, que são chatos.

Então, programe com seus amigos, nem que seja pra ir pro parque estender um paninho e conversar, , aproveite suas férias, esqueça da rotina e volte ao que deixou um mês atrás com a cabeça super-fria. Se alguma coisa der errado, ria, nem que ria sozinho e continue com a cabeça em cima.

Aproveitem por mim!

terça-feira, 17 de julho de 2007

Qual é o melhor troco para a ingratidão?


O que fazer com aquelas pessoas que não te estendem a mão no momento em que tu mais precisas? Aquelas pessoas para quem tu estendeste a mão quando elas precisaram, a quem tu deste teus ombros? Amaldiçoar? Não vale a pena.

Isso acontece muito mais frequentemente do que nós gostaríamos. As pessoas que nós ajudamos com o maior prazer nos viram as costas, ingratas.

Nós costumamos ficar com raiva, xingar, até brigar e cortar relações. Mas nada disso vale a pena. Não vale a pena.

Existe uma coisa, que muita gente vai ficar pensando que é besteira, que as avós já diziam que funciona: deixe para o tempo resolver.

Esta pessoa ainda vai levar uma bela de uma rasteira da vida. Nem precisa ser da vida: Pode ser de um priminho de cinco anos dela. E cair de cara no chão, quebrar o nariz, ficar deformada pro resto da vida, que nem com quatro cirurgias plásticas resolva.

Pode começar a contar os minutos.

Eu não sou moderna


Não adianta. Eu não sou moderna. E quando eu digo isso eu não digo moderna no sentido "indiezinho fã de Klaxons que usa all star velho de cano alto, calça skinny e camiseta do Babyshambles" . Eu não sou moderna porque essa tecnologia e essa modernidade toda são demais pra mim.
Eu ainda não aceitei o iPod na vida das pessoas. Eu acho na verdade o iPod , o mp3 e toda essa era de música por download algo abominável. Apesar de eu mesma puxar um monte de músicas , eu o faço por pura necessidade. Eu admito que sem a era pós-Napster eu nunca teria conhecido as bandas que hoje conheço, mas sinceramente, eu encaro o fim do vinil e do cd com certa tristeza. Quer dizer que não vai ter mais aquela coisa de você comprar um disco porque você achou a capa misteriosa e psicodélica? Quer dizer que você não vai mais poder comentar "caramba, como esse cara tá gato/gay nessa capa". Capas de álbum não vai mais estampar camisetas, porque tudo vai se resumir a downloads no mySpace?
Eu detesto iPod. Na verdade, eu não detesto iPod, mas eu detesto o péssimo hábito que as pessoas têm de usar fones de ouvido em tudo que é lugar. Quando você está sozinho, esperando numa fila, andando, etc, isso é válido, mas largar seu amigo falando sozinho ou se trancar no seu próprio mundo pra enfiar aquele fone de ouvido na orelha e esquecer da realidade - isso é ridículo.
Eu odeio Orkut Eu odeio MSN. Eu estou nele, e acho ele útil de diversas formas, mas minha relação com ele é de amor e ódio. As pessoas não se telefonam mais, elas só se falam pelo Messenger. As pessoas nem e-mail mandam mais, elas só ficam agora mandando aqueles testimonials sem nexo que começam com o clássico "NÃO ACEITA! NÃO ACEITA!" e a mensagem depois. Dá vontade de aceitar e tirar uma da cara dessa pessoa que não sabe pra que existe E-MAIL. Sem contar que depois do Orkut, acho que o bullying nas escolas tomou níveis do tipo filmes-de-kung-fu-e-máfia. Imagina, a criança já é massacrada na escola, e depois massacrada virtualmente numa comunidade feita anti-ela. Dá dó, de verdade.
Eu odeio crianças de 8 anos usando celular. Eu odeio crianças com tênis de rodinha (isso não é tecnológico mas também me irrita). Eu odeio arquitetura moderna. Eu odeio quando demolem um prédio lindo, antigo e art nouveau pra construírem um caixote de concreto e vidro e falarem que aquele lixo é modernidade. (pro pessoal de Santo André e afins: eu odiei quando demoliram a casinha do Pentágono maravilhosa da D.Pedro II pra fazerem aquele McDonald's caixote que nem ocupou todo o terreno). Eu odeio decoração minimalista que deixa até quarto de bebê com cara de consultório de dentista.
Eu odeio roupas modernas. Tecidos tecnológicos. Eu odeio música eletrônica demais. Alguma coisa eu gosto, como electroclash e derivados, mas psy pra mim é o fim da picada. Techno também me dá nos nervos. Acho que música é mais do que um monte de batidas extenuantes que podem te enlouquecer em 5 segundos.
Eu odeio o fato da MTV ter tirado os clipes da programação pra passar no Overdrive, pensando que eu fico na internet o dia todo. Eu odeio essa programação revista Capricho que eles criaram pra substituir os clipes.
Eu odeio todas essas inovações tecnológicas inúteis que ficam mostrando nas feiras de Tóquio, como cão-robô, tela de cinema nos óculos e essa parafernália toda que não muda o curso do mundo. Eu odiei saber que o povo fez fila quilométrica pra comprar aquele iPhone. Estamos ficando depende das máquinas. Somos agora apenas uma extensão biológica de computadores. É isso que a sociedade está se tornando.
Eu tenho saudades do tempo em que as pessoas ligavam pras outras e marcavam uma cerveja ou um sorvete no barzinho da esquina, porque diversão na época era isso, e não ficar jogando Counter Strike até altas horas . Porque convenhamos, aquele povo na lan enquanto tá de férias na praia é doentio.

Eu queria ter o poder de desligar a Internet do mundo todo por um ano e ver como as pessoas reagiriam. Ah , como eu queria!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

E assim, aprenda....



Falam dos homens que mentem, a verdade. Por que mentes?, dizem em coro. Ah, que vergonha nós temos dos mentirosos. Mentir é feio, meu filho. A mãe nunca mentiu. Para onde vão as pessoas quando morrem? Ao céu, dizem. Ficam sentadas à direita de deus pai todo poderoso, criador do céu e da terra. Quantos lugares temos ao céu? O maracanã é lotado. O Céu é maracanã. Todos com lugares direitos, com um deus à esquerda que bisbilhota a vida dos homens. É sim, e nossa senhora deu a luz ao menino Jesus, virgem, sabia? Foi aí que começou o pecado e todo o resto? Não houve pecado alí, pureza. O pecado nasce com Eva, a mulher de Adão, homem sem umbigo. O que comeu a maçã? Isso, a cobra, o diabo, e por isso estamos aqui. Na merda? Não, no mundo.

E tudo começa a fazer sentido.