sábado, 25 de junho de 2011

As Revoluções Nascem em Noites Estreladas


Eu sou aluna de design de moda. Antes disso, fui psicóloga e trabalhei em organizações não governamentais. Antes disso fui aluna voraz de literatura. E bem antes disso, quis ser astronauta e fotógrafa da National Geographic.

Na adolescência, minhas referências de moda eram revistas da década de 60 e 70, que pertenciam a minha mãe. Sentia que havia perdido uma profunda revolução cultural, a qual eu queria tanto ter presenciado.

Naturalmente, meus interesses se voltaram para esses movimentos de juventude, e no meio do caminho, topei com o Rock. Vou pular um capítulo grande dessa fase para falar especificamente sobre um livro que li sobre aqueles tempos de juventude gloriosa e desnorteada. Aqueles tempos loucos de hippies, descobertas e ousadias que não vemos acontecer hoje.

Ler aquela história pareceu-me surrealmente familiar. No entanto, por ter nascido no tempo e lugar errados, me tornei assombrada por imagens e sensações que nem de longe poderiam ser minhas. Como se algo devesse ter acontecido comigo, num outro tempo e lugar, e por alguma razão, não aconteceu.

Meu pai sempre me diz para me desconectar.
"Let it go", diz ele.
"Let it be", respondo eu

E me pergunto o que aconteceu com os jovens que estiveram lá, no tempo e lugar certos, convivendo com outros jovens que sonharam sonhos tão altos. O que aconteceu com eles? Onde eles estão?

Que tipo de sonhos eles têm agora?

Essa história, espero eu, não tem fim.
Essa revolução cultural será vivida novamente.

Ou alguém acredita ser impossível usar a globalização a favor de uma mentalidade?

Porque somos capazes de pôr nossas diferenças de lado e orar por povos tão diferentes quando eles têm suas vidas devastadas pela força da natureza? Porque choramos com eles? Porque nos importamos?

Uma nova revolução, mundialmente orquestrada, num coro muito mais consciente e presente, está pra nascer. Não vamos precisar de Timoty Larry.
Mas certamente, vamos precisar de um novo Jimmy.