quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Uma mulher, numa quarta-feira e plim.


"Esta mulher acordou e fazia um belo dia de quarta-feira, o cheiro da manhã era feito primavera, os pássaros cantando que bem-a-viram e todo aquele clima de rara felicidade matutina tomou parte da sua alma. Almoçou e não reclamou da comida, que pela terceira vez a mãe requentava, já que "tava boa ainda" e seria "um desperdício colocar essa feijoada fora".

Ela se arrumou toda e saiu de casa. Foi fazer hora extra e nem se importava com isso porque ela gosta do que faz e, ainda por cima, ela ia ver uma de suas grandes amigas - colocar as conversas em dia (lê-se "curar as almas"). Chegando no centro da cidade, bem-humorada ela até se deu o luxo de observar aqueles trapezistas que pelos quais sempre passava reto, porque nunca tinha tempo: até conseguiu dar umas risadas do palavreado que eles usavam pra enrolar o povo até darem seus saltos mortais.

Chegando no trabalho, ela vê a amiga. Elas começam a conversar, procurando soluções. Ela sofria por um "amor-antigo-mal-resolvido" e sua amiga sofria por um "amor-quase-perfeitamente-resolvido", assim como toda a relação acaba sendo mesmo, e achava que até aí tudo bem pois todos namorados têm problemas às vezes, isso é normal. Mas, caros leitores, o problema, o problema de verdade, chegaria logo depois: era uma quarta-feira, sabem? Daquelas em que as coisas simplesmente não acontecem.

Acabado o expediente, ela deu "Tchau!" à amiga, virou-se e sentiu algo estranho. Plim. Um cheiro do passado que a fez pensar: "Eu quero ele, e quero agora!"- Plim.
Decidiu, então, tentar tapar o vazio. Esse vazio que dá do nada, sabem? O vazio que vem da dor de algo perdido, que mora na semelhança que a gente sente com essa coisa perdida. E ela caminhou. Caminhou por horas no meio daquele centro de cidade fedorento, cheio de pessoas, horário de pico, tudo errado. Ela percorreu todos os caminhos pelos quais ela andou com essa coisa perdida (ele!) tentando rezar pra que ela o encontrasse alí no meio, assim, feito mágica. Ela subiu a rua, desceu, foi até à cafeteria, à doceria, à praça, ao museu, à outra cafeteria, à loja de suco... e nada! Nada dessa pessoa sonhada... e aí o vazio doeu.

Ela então foi ao shopping, se empanturrou de junk food, deu uma passada no mercado pra comprar um pacote de cookies de chocolate dos mais caros que se tem notícia e uma garrafa de vodka das boas.
Chegando em casa, ela assistiu novela, escutou música, comeu 3/4 do bolo de chocolate que a tia trouxe, comeu o pacote inteiro dos cookies, mexeu no computador, encheu a cara com a vodka e escreveu esse texto."*



*Lê-se : "É ótimo ter noção de quando a TPM surge assim, plim, do nada, não é mesmo, garotas?"

2 comentários:

amanda. disse...

AAAEEEEEE

i can't get enough of this NEW LAYOUT, GOSH!!!

=D

Samya disse...

esse novo layout arrasou. arrasou mesmo!