sexta-feira, 14 de setembro de 2007

storytelling.



acabei de ver histórias proibidas.
dessa vez não cometi o erro de deixar o filme mofando no computador. procurei feito louca por legendas hoje a tarde, e nenhuma dava certo. o jeito foi arranjar alguma em outra língua, e "colar" as falas em português. minha sorte foi que a "outra lingua" era português de portugal (isso quer dizer que eu não tive que mudar muita coisa, mas mesmo assim, tive que olhar frase por frase).

o filme é ok. um ok meio boca torta.
a impressão que tive, é que solondz estava com dinheiro sobrando e muitas idéias na cabeça. aí desenvolveu tudo meio que na correria, com a ânsia de terminar logo.
o filme se divide em duas partes (que não se complementam).
a ficção, que conta um breve caso de um casal de namorados aspirante a escritores. o garoto tem paralisia cerebral, e acha que a namorada esta interessada pelo professor, um vencedor do prêmio pulitzer, mesmo ele sendo irritante.
daí o garoto termina com ela e ela sai pra espairecer. e quem ela encontra num bar escuro, sentado num canto, fumando e bebendo, como se estivesse esperando por ela? quem? quem? quem? tão clichê... tsc.
achei as cenas um pouco fortes, porém necessárias. a aluna, que meio que, "timidamente", se derrete na frente do professor, descobre que ele é um belo filho-da-puta (óóóóóóóóó). racismo mal explorado, mas o fim da ficção num ponto perfeito.

a não-ficção, mostra um diretor de documentários sem dinheiro e sem iniciativa. e cai do céu (mais precisamente no banheiro) uma mina de ouro pra sua idéia brilhante. e ela se chama scooby, um jovem apático, meio gay, sem saber o que quer direito da vida. e sua crise: o teste de admissão pra faculdade, a qual ele não quer ir. ah claro, e sua família descontrolada.
o pai gordo e autoritátio, a mãe hipócrita e teatral, o irmão do meio jogador-de-futebol-popular-com-namorada-loira, o irmão caçula que tende pro lado geek, mas é mais esperto do que se imagina. e a empregada velha e com sotaque espanhol.
de repente uma tragédia na família, e o documentário que poderia se tornar algo sensacionalista, só faz a platéia (numa exibição teste) rir e rir.


a segunda parte sozinha já seria um bom filme, se explorassem melhor o irmão do meio. o caçula é ótimo, inteligente e lutando por espaço. a empregada, cansada e sempre chateada, com suas respostas em frases-feitas ("foi a vontade de deus"), típico de ignorantes, sempre na ponta da língua.
enquanto scooby, o central, passa boa parte olhando pro nada, com aquele ar inexpressivo. há fiapos de comédia, que foi feito mesmo pra se rir, nada daquela coisa tragicômica.
inclusive a alfinetada no filme beleza americana.
já que tudo que o superestimado beleza... fez foi diluir a fórmula de felicidade (e depois papar todo o crédito), nada mais natural que solondz devolvesse a gentileza. com direito a musiquinha irônica e tudo. +

infelizmente terei que concordar com aquele povo que diz que é o pior filme de solondz. perto do que já vi dele, esse é bem ruinzinho.
mas não é nada insuportável, não é um filme que me faça querer de volta os minutos perdidos.
até porque, eu sincronizei a legenda, pô!

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