quarta-feira, 3 de outubro de 2007

São as galinhas mais felizes que botam os ovos mais gostosos

Saber que o que nos espera no futuro é incerto dá uma dinâmica completamente estranha para uma vida que nunca teve bases sólidas ou apoio estrutural. Ter liberdade para decidir onde afundar o barco, onde padecer perante a carnificina, com quem e como, é simplesmente fantástico e dá à nossa geração de pobres uma oportunidade ímpar de experimentar o que é aproveitar a vida segundo nossos paradigmas já não tão fundados.

A globalização, a extinção das classes sociais, a nova divisão internacional do trabalho e a recém eclodida geração da sociedade técnico-informacional está aí e temos que curtir este momento. A pobreza passou (na verdade ela não passou assim simplesmente, mas vamos considerar que passou) de simplesmente financeira para estrutural. Ela existe e foi muito bem assimilada por todos. Deram a ela o seu devido valor afinal!!! Até que enfim ganhou consciência. Ela deve existir. Não faz sentido enriquecer os pobres, pois se os pobres ficarem ricos, quem serão os pobres? Pois antes disso há todo um sistema de equilíbrio que vai exigir uma compensação ao enriquecimento alheio. Claro, de quem não devia enriquecer. Se quem enriquece é um podre de rico, aí tudo bem.

E como fazer para que os pobres não se sintam pobres? Fazendo os meio pobres se sentirem pobres também, camuflando uma possível revolta dos miseráveis, e colocando classes próximas socialmente lutando uma contra a outra. E com a supressão do espaço-tempo isso fica ainda mais legal!

Viva os telecentros, viva as lan-houses populares. Viva o orkut, o blog e a câmera digital! Vamos padecer, mostrando cada passo dessa investida vertical para o mundo!

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