quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Aquário



janelas imensas que deixam ver os jardins e os animais do aquário
todos ali, flutuando como se estivessem dopados
como se estivessem sonolentos, satisfeitos
ou como se não soubessem mais quem eram

os tubarões tentavam farejar as crianças que cantavam baixinho,
com os narizes grudados na parede espelhada.
passavam rente à elas, roçando os focinhos pontudos, apurando aqueles olhos frios.

um peixe-lua surge em close no meu campo de visão, flutuando de baixo para cima, bem em frente à janela onde eu estava. um olho de cada lado naquele corpo redondo e cinzento, que se movimentava como um balão. que coisa estranha.

outra sala e surge uma piscina iluminada por um teto de vidro,
rochas, grandes blocos de gelo...e pingüins!
Dezenas deles, acenando freneticamente.

outros tanques anunciavam pedaços deslumbrantes de oceano.
estrelas do mar, coloridas e ranzinzas, corais, moréias,
esponjas, cardumes coloridos de peixes miudinhos,
medusas mães e filhas, azuis e muito brilhantes, nadando lentamente.

é o jeito humano de se apreciar o oceano:
mutilado e montado como um quebra-cabeça,
assegurando minha segurança e diversão.

mas quem tiver ouvidos que ouça
o silêncio daqueles olhos marinhos



Dani.Chinaski

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