Te vi no molhado da noite,
No negro da noite,
No escuro da noite.
Você estava no fim da rua, olhando-me de longe, as mãos tão distantes, os olhos chorando.
Na rua fria, a chuva caía calada. E eu sabia. Você ao longe, você chorando, sem derrubar uma só lágrima, mas caindo aos prantos.
Olhamo-nos juntos, juntando retalhos de nossas sombras, jogando sorrisos profundos, tentando entender o mundo.
Sua lágrima escorreu em um segundo, e eu corri em sua direção, com toda e sem nenhuma pressa, eu corria pisando nas poças, sujando sapatos e quebrando saltos, eu corri com os sonhos mais altos, eu corri para cair nos seus braços.
E em um nada construímos o tudo, porque agora o infinito importava.
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