A coroa é feita com tranças douradas,
mas o olhar é despretensioso, sonolento
É uma mulher pequena e rechonchuda
que sorri com meiguice e fineza
trazendo no centro do peito,
um coração brilhando púrpuro
e forte como granizo
a aura de bondade e gentileza
disfarça a cólera, a impaciência, a neurose
escondem-se sob névoa, o temperamento,
a autoridade e a mania de perfeição
e ainda assim, ela inspira amor e servidão;
é a grande rainha e a dona da história
no labirinto de paredes açucaradas,
uma lagarta aguarda pacientemente
enquanto prova do toque superficial
daquela que a criou e a aprisionou
pelo medo amoroso mas imperativo
de vê-la bater as asas coloridas,
na forma que nunca assumirá
todos os animais se reúnem a sua volta
e a idolatram, pois é a mão que os alimenta
enquanto ela conta sobre histórias e milagres
que nunca serão vividas, que nunca se realizarão
e sua voz doce vai consolando as asas quebradas
e no seu abraço, cabem todas as lágrimas,
todas as unhas que tentaram, em vão,
romper seus muros e determinações
e o tempo vai passando, enquanto as flores secam
aos que dormem aquecidos, sonhando voar alto
ela aguarda o momento certo de cortar cabeças
e poupar seus amados de uma vida de desventuras
pelos caminhos que ela mesma desenhou
pois não deveria haver nada além dos muros
nada além das árvores, nada além de sonhos
e, definitivamente, nunca alguém como ela
Dani.Chinaski
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
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