Um dia desses assisti ao documentário 'Uma verdade inconveniente' do ex-candidato à presidência do EUA, Al Gore. Gostei, achei muito interessante, com informações válidas, e também o achei bem apocalíptico. Bem apocalíptico mesmo. Sério, fiquei com medo. Nós vamos morrer.
Mesmo tomando as providências que o documentário sugere para que a desgraça não aconteça quarta-feira da semana que vem, acho que não vai ser a tempo não, minha gente, o estrago está feito! Até mesmo porque estas providências são para amenizar ou adiá-lo, e a tragédia vai acontecer de qualquer maneira.
Mesmo que queira acreditar que as mudanças drásticas que podem ocorrer no planeta ainda levarão, pelo menos, 60 anos para ocorrer, eu não consigo: Neste ano ocorreu, em São Paulo , um fato que me deixou com mais medo ainda: de um dia para o outro a temperatura oscilou cerca de 15ºC! Em um dia estava 28ºC e no outro 13ºC!
Isto me fez lembrar do filme 'O dia depois de amanhã', no qual os cientistas fizeram previsões para daqui a muitos anos sobre a possibilidade de as conseqüências do aquecimento global vierem à tona com toda a sua força; mas a tragédia começou a acontecer apenas duas semanas depois de eles terem apresentado o relatório sobre a pesquisa.
MEDO! E se acontecer isto, aqui, na vida real? Se nós reciclarmos o lixo, consumirmos menos energia, comprarmos produtos não-poluentes para garantirmos a nossa vida, quem sabe as chances diminuam?
Mas e se a natureza nos sacanear e começar a mostrar a que veio em outubro desse ano!? Nada contra sua desforra, ela está em seu direito, afinal a sacaneamos há anos, e só agora ficamos com remorso e cogitamos pedir desculpas.
Tarde demais! A magoamos, e foi direto no âmago, ou melhor, nas calotas polares. Mas eu também tenho o direito de ter medo... E pressa. É... Para com alguns aspectos da minha vida eu já descartei a possibilidade de ser paciente, afinal, convenhamos: existindo a possibilidade de o mundo acabar daqui a alguns meses eu vou ficar esperando, sendo paciente, pensando demais? Não mesmo!
- Oi, eu vim buscar as minha fotos.
- Ainda não estão prontas, volta em meia hora.
- Como assim meia hora? Amiga, em meia hora as águas da praia de Santos podem estar em nossos joelhos, e você quer que eu espere trinta minutos para ver se minhas fotos ficaram boas?!
- Vamos passear no zoológico?
- Ah, eu preciso ver se realmente posso... Não dá pra ser semana que vem?
- Oh! Claro que pode! Se você não se incomodar de chegar lá atravessando 20cm de neve só para ver os animais que já estarão extintos na ocasião, e somente constarão no zoológico como uma lembrança de um passado que jamais voltará... Tudo bem! Sábado às 14h, está bom pra você?
- Eu fico ou não fico com o fulano? Eu gosto tanto dele, mas não sei se é recíproco.
- Como? Com o mundo acabando e a possibilidade de presenciarmos a temperatura de 50ºC em um dia de sol, você está pensando se seu afeto é recíproco? Poupe-me, fique com ele de uma vez! No mais, se o caso não evoluir, pelo menos você se divertirá mais um pouco antes do fim iminente.
- Eu preciso economizar ao máximo neste ano, porque estou pensando em fazer um tour na Europa nas minhas férias no ano que vem.
- Você entra em férias em novembro, né? O que te garante que a Europa ainda existirá em novembro do ano que vem? Se eu fosse você, pegava a grana que já tem e ia passar as férias deste ano em Fernando de Noronha. Claro, se até novembro a ilha não tiver sido engolida devido ao aumento do nível do mar.
Apesar de tudo isso aí em cima... Não estou pessimista. É claro que quando paro para pensar nisso tudo fico com medo, como eu já disse, mas não pessimista. Porque também podemos pensar que esse é o ciclo normal do Planeta Terra, e que, com ou sem a nossa ajuda, iria acontecer de qualquer maneira.
Então devemos aceitar as vontades da natureza. Se houver algo a fazer para ficarmos mais tempo por aqui, ótimo. Se não, pelo menos teremos procurado a melhor maneira de viver nossas vidas plenamente. E confesse, tem sido legal enquanto está durando, não?
No dado momento me sinto em ritmo de fim de férias de verão. Sabe aquela sensação de quando só falta uma semana para voltar pra escola, e a gente se desespera para aproveitar ao máximo o clube, a praia, as companhias, a viagem? Então, é bem por aí.
A verdade é que o aquecimento global me deu uma bela/sinistra desculpa para ser mais prática, decidida, determinada e para largar as frescuras e partir pro ataque em busca de tudo que quero desta vida.
I'ts The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine) - R.E.M.
Trilha sonora do texto.
prometo que o próximo texto será um recado de 5 linhas.
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