sábado, 9 de junho de 2007

"O seu problema, Eleonora, é que ninguém mais usa broche. Pega até mal".



A tendência do momento é trabalhar em algum escritório que detecte tendências. Tem gente que ganha dinheiro para palpitar sobre o último grito, a grande novidade, o que todos vão consumir amanhã (mas que só alguns antenados – termo em desuso – já perceberam que aquilo vai bombar em 2008, 9, 10). Veja a lista:

- Corte de cabelo "desfiado a unha";

Você cortou com navalha?! Eita, cruzes! Coisa mais 2005.

- a última versão do melhor-DJ-inglês-do-mundo-de-psy-progressive-tribal-xaxado;

Ele toca 2 vezes por mês no Rio. Em São Paulo , toca 5 ou 6. E os paulistanos acham que é isso bom.

- a verdura mais amiga da circulação sangüínea;

Rúcula é para a classe média. Os mesmos que acham que catupiry é coisa chique.

- o aluguel de puteiros nos centros das cidades para servir de cenário daquela festa moderneeenha;

Veja bem: festa em puteiro é tendência; festa em motel é ultrapassada. Até a Hebe já deve ter feito festa de aniversário numa suíte de motel com churrasqueira, DVD e TV a cabo. Acredite: a piada de ligar a TV no SexyHot não dura mais que 5 minutos. "E aí? Quem vai temperar a maminha?"

- a redenção do kitsch.

Tenha cuidado! Esse é um terreno escorregadio: Odair José, Sidney Magal, pingüim de geladeira... esses podem, mas já não impressionam ninguém. Anos 80, festa Ploc, paquitas e Mara Maravilha continuam proibidos: kitsch é uma coisa, idiotice é outra. A onda do momento mesmo é a revalorização do "minha-avó-way-of-life" e o ressurgimento do bigode.

(Agora com licença, que eu vou mandar este post por e-mail para todos os formadores de opinião e pessoas da mídia em geral, na esperança de também ganhar dinheiro caçando tendências. Se nada der certo, eu viro designer).

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